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domingo, 23 de setembro de 2012

LEITE 14 mitos e verdades

Com mais de 30 milhões de litros de leite gerados por ano, o Brasil ocupa a quinta posição no ranking dos maiores produtores do mundo deste alimento, considerado um dos mais completos e fundamentais para o crescimento e desenvolvimento do corpo humano.

Tanto o leite, como seus derivados, são fontes de proteínas, vitaminas e minerais, entre eles, o cálcio. “Também são relevantes as quantidades de vitaminas do complexo B, vitaminas A e D, zinco, fósforo e magnésio, entre outros componentes”, informa Elci Almeida Fernandes, mestre em Nutrição Humana Aplicada, nutricionista clínica da Divisão de Nutrição e Dietética do Instituto Central (IC) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo (HC – FMUSP) e coordenadora do curso de especialização de Nutrição em Gerontologia no mesmo instituto.


Não por acaso, praticamente todos os programas governamentais de nutrição e saúde pública enfatizam sua importância na dieta de adultos, crianças e idosos. O Ministério da Saúde recomenda três porções diárias do grupo alimentar, sendo que uma porção equivale a um copo de 200 ml ou duas fatias finas de queijo ou ainda a um copo de iogurte de 160 ml.

No caso das crianças, a recomendação é ainda maior, como enfatiza Ana Potenza, mestre em Ciências Aplicadas à Pediatria e nutricionista da UTI Neo Natal do Hospital Israelita Albert Einstein. “O período entre a gestação e o quinto ano de vida é nutricionalmente o mais vulnerável do ciclo de vida do homem”, diz. “Por esse motivo, o leite, que possui aminoácidos essenciais para o crescimento e desenvolvimento, deve ser consumido na infância para evitar problemas déficit nutricional no futuro”, complementa.

Contraindicações

Apesar de todos os benefícios que oferece, há casos em que os lácteos precisam ser restringidos ou mesmo eliminados da dieta. Geralmente, essas situações envolvem a intolerância à lactose e a alergia à proteína do leite.

Livia Yokomizo, nutricionista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que a primeira é causada pela deficiência da lactase, uma enzima digestiva, produzida no intestino delgado, responsável por decompor e absorver a lactose, o “açúcar” presente no leite.

Quando a lactose não é digerida, ela sofre fermentação no intestino e pode causar sintomas como irritação intestinal, flatulência, distensão abdominal, cólicas e diarreia. No Brasil, estima-se que cerca de 37 milhões de brasileiros, maiores de 15 anos, apresentem o problema, de acordo com dados do governo.

Já a alergia à proteína do leite de vaca (APLV) se desenvolve por herança genética ou após o desenvolvimento de determinadas patologias, como surtos de gastrenterocolite aguda (inflamação simultânea do estômago e dos intestinos delgado e grosso) ou deficiência transitória de imunoglobulina A, que são moléculas que funcionam como anticorpos, como explica Yokomizo.

De acordo com a nutricionista Licinia de Campos, coordenadora do Curso de Gastronomia da Faculdade Paschoal Dantas, o problema é comum em crianças, mas superado pela maioria ao atingir a idade de quatro anos. “Apesar disso, alergias persistentes podem ocorrer”, informa. Ela explica que os sintomas são parecidos com o da intolerância à lactose.



Tratamentos e substituições

Elci Almeida Fernandes explica que o leite de vaca e seus derivados devem ser excluídos da dieta apenas quando for diagnosticada a alergia à proteína do leite. Quanto à intolerância à lactose, as orientações variam conforme a gravidade do problema, que pode ser leve, moderada ou severa.

Nos casos em que houver necessidade de diminuir ou eliminar totalmente o consumo dos produtos lácteos, os especialistas recomendam buscar outras fontes de cálcio. Espinafre, gergelim e peixe, por exemplo, também oferecem o mineral, embora em quantidades menores. “Em um copo de 240 ml, temos aproximadamente 300 mg de cálcio. São poucos os alimentos que atingem esta quantidade”, esclarece a nutricionista do Hospital do Coração (HCor) e especialista em Nutrição Clínica, Leila Ali Hassan Kassab.

Sucos, cereais e outros alimentos fortificados com cálcio e os suplementos são outras possibilidades de suprir a falta do nutriente, alerta Campos.


O efeito relaxante do copo de leite morno antes de dormir se deve à presença de uma substância indutora do sono, o triptofano. "Ele aumenta a quantidade de serotonina no cérebro, um neurotransmissor bastante importante no processo do desencadeamento do sono. Além disso, a temperatura morna faz com que os aminoácidos sejam mais facilmente assimilados e absorvidos pelo organismo", enfatiza Ana Potenza, nutricionista do Hospital Israelita Albert Einstein


Saiba os reais benefícios e quando o consumo da bebida deve ser evitado

O hábito de ingerir leite de vaca gera controvérsias. Há especialistas que condenam a bebida com a alegação de que traz malefícios, enquanto outros defendem o consumo diário para suprir uma série de nutrientes que o organismo precisa, com destaque para o cálcio. Mocinho ou vilão, o fato é que o leite de vaca carrega diversos mitos sobre o seu consumo. Neste Dia Internacional do Leite, lembrado no dia 24 de junho, esclareça a seguir as dúvidas mais comuns, respondidas pelas nutricionistas Adriana Mesquita e Maria Claudia dos Santos, do Hospital São Luiz em São Paulo, e Patrícia Ornellas, do Saison Spa no Rio de Janeiro.



1. O leite orgânico é mais seguro que o leite normal

Mito, os dois são seguros para o consumo. "A diferença do orgânico é que as vacas produtoras não recebem hormônios ou antibióticos para aumentar a produção de leite", esclarece a nutricionista Patrícia. Essas vacas também não se alimentam de pastos com fertilizantes, o que torna o leite orgânico mais puro e a opção que mais preserva o meio ambiente.
No entanto, o governo brasileiro estabelece regras rígidas de segurança para garantir que todo leite comercializado esteja livre de resíduos que possam ser prejudiciais ao organismo. Por isso, tanto a versão convencional quanto a orgânica são consideradas seguras.



2. A ingestão de leite causa pedras nos rins.

Mito. A nutricionista Patrícia conta que o cálculo renal está, sim, relacionado ao cálcio, mineral presente em abundância no leite e derivados. "O cálcio em excesso no organismo tende a se depositar e ocasionar cálculo nos rins", explica.
Só que reduzir o cálcio da alimentação não é a solução para evitar o problema. Na verdade, estudos e especialistas indicam que esse mineral - na medida certa - pode até ajudar na proteção dos rins. Em vez de banir o leite da alimentação, portanto, o ideal para prevenir complicações renais é beber bastante água, evitar álcool em excesso e reduzir o consumo de sal.


3. Leite desnatado é somente leite integral com água adicionada.

Mito. O leite desnatado apenas tem um teor reduzido de gordura saturada e colesterol. Não há acréscimo de água - garante a nutricionista Patrícia - e não há redução de nutrientes.

Há quem afirme que a versão desnatada tem mais cálcio - o que seria positivo para prevenção da osteoporose - e mais sódio - o que seria negativo, principalmente, para hipertensos. A nutricionista Adriana, porém, diz que a diferença é irrelevante, já que as quantidades desses minerais - assim como de outros nutrientes - são semelhantes nos dois tipos de leite.


4. O leite deveria ser evitado na alimentação.

Mito. Há contradições, mas ainda prevalecem estudos e especialistas que afirmam que o leite só deve ser evitado em caso de alergias. "A bebida é ótima fonte de proteína e o cálcio que ela contém é mais bem absorvido pelo corpo, se comparada a outros alimentos que também sejam fonte desse mineral", alega Patrícia.


5. Laticínios causam ganho de peso.

Verdade, assim como todo alimento em excesso que contenha gordura e calorias. Por isso, o ideal é ingerir as versões com teor reduzido de gordura que, se consumidas na medida certa, não provocam quilos extras.


6. Leite desnatado não tem colesterol.

Mito. A nutricionista Maria Claudia afirma que todos os alimentos de origem animal possuem colesterol. "O que ocorre com o leite desnatado é que, com a redução das gorduras do alimentos, o teor de colesterol livre também diminui", explica a profissional.


7. Leite causa acne.

Mito. A nutricionista Patrícia lembra que ainda não está comprovado. "Existe um estudo que demonstra que os hormônios das vacas podem funcionar como pré- hormônios no sistema enzimático das glândulas de gordura", explica. O estudo é de Harvard (EUA), que indica que esses hormônios seriam semelhantes aos causadores de acne na pele humana. No entanto, ainda faltam mais pesquisas para comprovar essa relação.


8. Alergia à proteína do leite é diferente de alergia à lactose.

verdade. Alergia à proteína é uma resposta imunológica do corpo contra a proteína do leite, que pode ser de vaca, cabra, búfala etc. "O organismo entende essa proteína como um agente estranho que precisa ser combatido e desencadeia reações alérgicas, como diarréia e urticária", explica a nutricionista Patrícia.
Já alergia à lactose é a falta ou deficiência da produção de uma enzima chamada lactase, que serve para digerir a lactose - o açúcar natural do leite. Patrícia conta que, quando não absorvida, essa substância é fermentada por bactérias do intestino grosso, levando à diarreia.


9. Se a pessoa for intolerante à lactose, deve evitar todos os laticínios.

Mito. "O que ocorre é que o grau de intolerância à lactose varia em cada caso, podendo se apresentar de uma forma mais ou menos agressiva", conta a nutricionista Adriana. Com isso, muitas pessoas não podem consumir o leite em excesso, porém apresentam boa aceitação de seus derivados. O melhor é sempre seguir as orientações de médicos e nutricionistas.


10. Tomar leite depois de praticar exercícios físicos é uma boa opção.

Verdade. Um estudo realizado pela Universidade do Canadá constatou que mulheres que bebem dois copos grandes de leite por dia, após a sua rotina de musculação, ganham mais massa muscular e perdem mais gordura em comparação às mulheres que bebem energéticos.

"O leite repõe perdas da transpiração e atua no restabelecimento da hidratação", explica Patrícia. Por isso, a bebida é uma boa opção após atividades físicas para restituir as funções normais do organismo, principalmente a versão desnatada.


11. Bebida à base de soja é tão nutritivo quanto leite de vaca.
 Depende. A bebida à base de soja, se fortificada, pode conter a mesma quantidade de determinados nutrientes, quando comparado ao leite de vaca. "Mas precisamos nos atentar se os nutrientes adicionados à esta bebida são absorvidos tão facilmente quanto os presentes no leite de vaca", lembra Maria Claudia.
De acordo com ela, isso ocorre porque, muitas vezes, o nutriente acrescentado ao produto não está na sua forma de mais fácil absorção. "Por isso, temos que consumir um maior volume da bebida à base de soja para ter os mesmos nutrientes presentes no leite comum", completa.


12. A ingestão de leite causa puberdade precoce.

Mito. Segundo Maria Claudia, não há comprovação de que ingerir leite cause puberdade precoce. O que ela aconselha é exatamente uma alimentação com o leite presente, que é uma fonte significativa de cálcio e não deve ser eliminada durante a puberdade.



13. Ingerir leite quando se está resfriado causa aumento de muco.

Mito. Não há estudos que comprovem essa relação, de acordo com a nutricionista Adriana. "As pessoas podem confundir o espessamento temporário da saliva após a ingestão do leite com muco", conta.


14. Pessoas com gastrite devem evitar tomar leite.

Verdade, mas depende da forma que ele é ingerido. "O consumo isolado da bebida deve ser evitado por provocar um aumento no suco gástrico para digestão dos nutrientes", conta Maria Claudia, que aconselha ingerir o leite junto com outros alimentos.

Para quem tem gastrite e úlcera, o leite, em vez de ajudar, acaba piorando a crise, segundo Leila Ali Hassan Kassab, nutricionista do HCor. "Quando ele é ingerido, ocorre uma neutralização do ácido do estômago, dando a sensação de melhora. No entanto, logo o alimento estimula a produção de mais ácido, agravando a queimação e a sensação de dor", explica. Apesar disso, dependendo da tolerância de cada um, o leite pode continuar sendo consumido


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